Contra a OTAN e o imperialismo, soberania dos povos!

 

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 Vários acontecimentos recentes fam-nos virar de novo os olhos cara a “Organizaçom do Tratado do Atlántico Norte”, a OTAN: o seu próximo 60º aniversário, a entrada do Estado francês na sua estrutura militar e a retirada do Estado espanhol da misom da “aliança atlántica” em Kosovo.

Aos seus sesenta anos, olhemos um pouco para a sua vida: como é conhecido, a OTAN foi criada polos EUA (e aliados) na época da Guerra Fria como estrutura militar da zona capitalista para garantir a sua posiçom e interesses. Mas com a queda do adversário soviético e a maior parte dos seus aliados, a OTAN, longe de se disolver, decidiu expandir o seu ámbito de acçom, inicialmente a zona que lhe dá nome, para atingir todos os recantos possíveis do globo como braço armado das classes dominantes capitalistas dos EUA e os estados europeus que é. Assim, a OTAN é a roupagem em que envolver as acçons que os EUA nom está disposto a empreender só -nos poucos casos em que nom foi capaz de vencer as resistências plantejadas na ONU.

A OTAN é o último chanzo ao que recorrer, tanto em intensidade (preferem outras manobras como o apoio a golpes de Estado internos como figérom em Venezuela em 2002) como em necessidade, para nom desgastar a sua imagem, sendo preferível manipular outros organismos, como o referido antes, a ONU. A primeira acçom desta nova época foi precisamente o bombardeamento do estado jugoslavo do que Kosovo fazia parte, sem nengum tipo de aprovaçom internacional, e que supujo também o início da excusa da “ingerência humanitária” como forma de mascarar a defesa dos interesses geopolíticos dos EUA. Assim podemos explicar as intervençons post guerra fria, sendo o maior exemplo o de Afeganistám, onde também participa o Estado espanhol: um fracasso absoluto onde as dúzias de milheiros de soldados despregados só servem para manter militarmente um virrei que domina um ínfimo território ao redor da capital, Kabul, num estado que segue dominado por senhores da guerra, onde o status da mulher segue sem melhorar e onde o mercado ilegal do ópio se tem convertido no sustento de muitas famílias, sendo o primeiro produtor mundial.

Neste contexto é que se produz o ingresso da França na estrutura militar da OTAN, a maos de Sarkozy, que reverte a decisom tomada há mais de quarenta anos polo general De Gaulle. Isto é síntoma dum processo verificável em toda Europa: a progressiva dessapariçom de certa direita característica dos “trinta gloriosos” (1945-1975) do capitalismo europeu comprometida com certo nível de benestar a travês do pacto social. Essas direitas, maioritariamente democristiás, caracterizavam-se por umha política exterior relativamente independente dentro do campo dos EUA cujo maior expoente era a França gaullista, a da “grandeur” de potência nuclear e influência neocolonial em África. Hoje vemos como essas direitas (igual que a maior parte dos socialdemocratas) se passárom ao neoliberalismo anglosaxom e o seu coerente corolário em política exterior: a perda de soberania e o incremento da dependência político-militar dos EUA, do que a decisom francesa é ponto culminante.

Esa perda de soberania leva-nos ao último cenário: Kosovo. O Estado espanhol retira-se de Kosovo nom por respeito da legalidade internacional nem por “princípios” (descartáveis quando se tracta de controlar manu militari a imigraçom subcontratando o trabalho sujo a Marrocos), mas polo medo ao “efeito chamada” do reconhecimento da independência de Kosovo. O Kosovo é um “estado pelele” dos EUA, que promoveu a sua independência. O seu território é um território sem soberania real, co exército da OTAN ocupando o território e exercendo a autoridade. Durante os já dez anos de ocupaçom do Kosovo este foi governado por pro-consules da OTAN com o consentimento da ONU, que promovia umha pseudo-independência formal. Mais aló das razons alegadas para a intervençom e a conflituosa convivência histórica sérbia e albano-cosovar, a situaçom hoje do Kosovo mostra-nos várias cousas. Um, que a independência formal nom basta para lograr a soberania real dos povos, sabendo que independências fomentadas polo imperialismo podem ser revertidas em quanto a aquel lhe resulte funcional: durante a I Guerra Mundial os imperialismos europeus prometérom aos curdos um Estado próprio, mas em quanto esta finalizou e a situaçom virou esquecérom as suas promesas. Dous, que o único que pode ter de positivo o acontecido, é dizer, a des-sacralizaçom das fronteiras como inamovíveis, é justo aquilo que mais o Estado espanhol e muitos outros tentam negar, qualificando o caso como “exceiçom”. O Estado espanhol tem medo da democracia, nega a autodeterminaçom para os povos dentro dele, e se fai falha mesmo nega a existência de povos distintos do “pueblo español” como na sua Constituiçom.

Em Isca! sabemos que a procura da soberania do nosso país vem impulsada polas classes populares e polo tanto o imperialismo e os seus representantes espanhois nom nos vam regalar nada. Sabemos que o nacionalismo galego é anti-imperialista por definiçom e necessidade, e que só desde a esquerda podemos hoje em Galiza defender a conquista da soberania: povos como Venezuela, Cuba, Bolívia… mostram-nos que a via certa e segura para ser donos do nosso futuro e nom monicreques frente ao imperialismo é a via da esquerda. Sabemos pois que a procura da soberania e o rejeitamento de estruturas imperialistas vam da mao: contra a OTAN e o imperialismo, soberania dos povos!

Partíllao!

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