Barriga de aluguer: umha outra vez vistas como objectos.

 

Nestes últimos meses o debate em torno à “gestaçom sub-rogada” está presente no Congresso espanhol, nos mass-media e mesmo nalguns espaços feministas, todo isto pola proposta de legalizaçom que apresentou um partido político nas Cortes em Madri. As moças organizadas em Isca! queremos desmontar alguns dos argumentos que som empregados para defender a necessidade de regular esta prática tanto por parte dos sectores mais conservadores como por parte do feminismo liberal, partindo da premissa de que consideramos a mal chamada maternidade subrogada umha demanda dumha elite que precariza ainda mais as vidas das mulheres que se vem na necessidade de prestar o seu corpo.

É um gesto altruísta? Analisando os casos reais naqueles pontos do globo nos que esta prática nom está penada e mesmo está à ordem do dia, existe umha casuística que se repete: mulheres com necessidades económicas gestam um bebé para que umha parelha poida satisfazer o seu desejo, e nom direito, de ser nai e pai. No Estado espanhol nom podes fazer-te com um bebé à carta mas podes contratar os serviços dumha companhia que cho consegue na Ucrânia, país que sofre desde há anos as agressons imperialistas por parte das oligarquias europeias e estadunidense.
Conhecendo a generalidade, nom podemos tomar como referência um caso ilhado e excepcional em que umha mulher presta o seu corpo por ter algum vínculo com a demandante.

É um acto de liberdade da mulher? No sistema patriarcal, à vez que no capitalista, nom existe umha liberdade real. Podemos tratar de burlar estas estruturas graças à sororidade, ao empoderamento ou aos autocuidados, mas nom podemos desprender-nos da realidade na que vivemos. Somos tratadas como objectos de desejo e, quando nom, como incubadoras. Essa “liberdade” está absolutamente condicionada polo contexto socioeconómico no que as mulheres se achem. Quantas mulheres brancas em países do chamado primeiro mundo de umha posiçom acomodada se prestariam a alugar o seu útero para umha família comprar o produto que é a criança? E qual é o perfil das pessoas que podem permitir pagar as quantidades gigantes de dinheiro que asseguram que o bebé chega às mans da nova família em condiçons ótimas? Esta é também umha questom de desigualdades; nom pode existir a liberdade individual por riba da coletiva.

É um direito daquelas pessoas que nom podem ter descendência? Um direito fundamental é aquele que é inerente à dignidade humana e por resultar necessário para o livre desenvolvimento da personalidade é normalmente recolhido  polas constituiçons modernas atribuindo-lhes um valor jurídico superior. Pola contra, um desejo é um movimento da vontade polo qual se apetece umha cousa. Ter umha família, umha vivenda digna, alimentaçom e acesso à educaçom som direitos; ter descendência, e mais por catálogo, é um desejo, e nom deve ser amparado pola lei. As mulheres de entre 24 e 37 anos somos as principais candidatas a prestar os nossos corpos sans para levar durante nove meses umha criança que será entregada a outras pessoas a câmbio dumha quantidade de dinheiro, da qual parte será para a companhia intermediária. Umha saída à que podemos recorrer quando nos afoga a precariedade na que vivemos. Por isso, porque nom queremos que nengumha mulher se tenha que ver nessa situaçom, luitamos contra esta nova
forma de violência. Deste sistema nom podemos escapar individualmente, senom que temos que procurar conseguir vitórias colectivas que nom deixem nengumha mulher atrás.

Partíllao!

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