Como vimos vendo nas últimas semanas, a cidade curda de Kobanê sofre um ataque brutal por parte do Estado Islámico. Situada na fronteira sírio-turca, vê-se atrapada entre as forças reaccionárias dos jihadistas e o estado turco, cuja colaboração com os islamistas tem-se mostrado abertamente.
É dever de todas as forças revolucionárias do mundo amosar a sua solidariedade internacionalista com a população curda que ali vive e que defende metro por metro a sua terra. Também devemos ser cientes de que o império vê nesta situação a ocasião propícia para gerar um estado de opinião que legitime a sua intervenção aberta em território sírio. Por isso, e polo seu interesse para arrojar luz, reproduzimos o comunicado da Frente Popular de Libertação da Palestina a respeito da situação em Kobanê.
A FPLP chama a formar uma fronte revolucionária unificada de solidariedade com a luta do povo de Kobanê contra ISIS.
A Frente Popular de Libertação da Palestina expressa a sua solidariedade com a resistência curda em Kobanê, que luta por defender-se ela própria e a sua comunidade do grupo armado reaccionário, ISIS, cuja entrada na região tem sido facilitada e apoiada polos poderes imperialistas e os seus lacaios.
Em palavras do camarada Khaled Barakat, “Todas as forças revolucionárias palestinianas e árabes deveriam unificar os seus esforços para apoiar a luta da resistência curda em Kobanê contra ISIS e os seus suportes imperialistas”.
Os povos da Síria, o Iraque e de toda a região sofrem o ataque do imperialismo. Uma agressão que nem só chega em forma de ataques aéreos e ocupação, mas também atravês do apoio de poderes regionais reaccionários, da promoção do sectarismo e por meio de grupos reaccionários armados que levam a cabo um programa de caos sectário. Eles procuram substituir o conflito central da região, aquele que enfrenta os povos com o sionismo e o imperialismo, mediante a imposição de uma maciça violência reaccionária contra as minorias que são uma parte integral da região, mentres esses mesmos grupos nem tocam o estado sionista e as forças imperialistas. Estes ataques tiveram lugar simultaneamente ao último assalto genocida do sionismo contra o povo palestiniano em Gaza. “Nós estamos com o povo da Síria, que defende a sua unidade contra todas as tentativas de partição do país e de pilhagem dos seus recursos para benefício do imperialismo. Esta é a meta do ISIS e os seus aliados”, dixo Barakat.
“Hoje, as lutadoras curdas, mulheres e homens, lutam pola sua liberdade e as suas vidas contra estes grupos reaccionários cuja presença na região tem sido financiada, armada e apoiada polo imperialismo e os seus aliados e agentes na região. Não é um acidente e não é mero simbolismo que ISIS esteja atacando Kobanê hoje com armamento norteamericano”, dixo Barakat. “Em particular, o papel das mulheres lutadoras da resistência curda em todos os níveis da luta e do liderado representa um heroico exemplo de sacrifício”.
“Deve ser ressaltado também que o papel do estado e governo turcos, um dos maiores sócios comerciais de Israel e um aliado militar chave dos Estados Unidos, é o de alentar a entrada na Síria destes grupos armados reaccionários (ISIS e outros) que agora atacam Kobanê. Ao mesmo tempo, nos últimos dias, dúzias de manifestantes curdas foram assassinadas polas forças armadas do estado turco. A chamada “zona de segurança” em cuja criação insistem a França e a Turquia, e os ataques aéreos dos EUA e os seus aliados, não são mais que uma manobra para ocultar a entrada do imperialismo na região. A única segurança real pode ser estabelecida somente pola luta e a resistência popular, não por exércitos e forças aéreas imperialistas”, afirmou.
Por muitos anos, as lutadoras palestinianas que tentam conseguir a sua liberdade têm partilhado a mesma trincheira que as lutadoras curdas. “Há uma longa história de apoio por parte das revolucionárias palestinianas às lutadoras pola liberdade do Curdistão. Enfrentamos um mesmo inimigo: o imperialismo. E também partilhamos o inimigo comum dos grupos armados reaccionários e sectários, como ISIS, que são, no mais profundo, criação e resultado das ocupações e a hegemonia imperialista sobre a região. Os regimes reaccionários árabes, particularmente o da Arábia Saudita e o Catar, jogaram um papel principal em impulsar, armar e propagar esta ameaça contra os povos da região”, dixo Barakat.
“Nenhuma solução ou ajuda à região pode vir de mão de exércitos imperialistas ou ataques aéreos imperialistas. Estas forças só trazem terror, sectarismo, reacção e morte onde quer que eles vão. Só a luta dos nossos povos, unidos, pode confrontar e alcançar a vitória sobre o imperialismo e o sionismo, as fontes primárias do terror na região, e sobre as perversas forças reaccionárias que buscam suster a sua hegemonia e a pilhagem dos nossos recursos”, sentenciou o nosso camarada.